quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A porta dos desesperados e Lula

  



 Quando menino uma das minhas atrações favoritas na televisão era a “Porta dos desesperados”, quadro de um programa nada politicamente correto (a começar pelo nome), “A hora do capeta”, apresentado pelo amado e odiado Sergio Malandro. Enfim, era um quadro simples, no qual um participante do programa era chamado ao palco e provocado pelo apresentador a fazer diversas ações, como se jogar no chão, gritar, rolar e etc. Tudo isso, para ter a chance de escolher entre quatro portas, das quais somente uma escondia um premio e as demais continham criaturas e monstros assustadores. Cá entre nós, pra quem estava do lado de fora da TV, torcíamos para vir o monstro.
   Lembrei-me desse quadro ao acompanhar as ultimas noticias referentes ao ex-presidente Lula. Veja bem, Sergio Moro vem descarregando uma série de delações premiadas e indícios que provavelmente vão levar o Lula Silva a sua segunda condenação. Pois bem, não estou aqui para definir culpa, defender um lado ou promover outro. Na minha humildíssima opinião as acusações são verídicas, crimes sim, indefensáveis e cometidos na perspectiva da impunidade até então natural e quase inerente a classe política.
   Mas o que mais me preocupa e aqui vou tentar fazer a ligação entre os dois parágrafos acima é que Lula não está mais lá e tudo que emergiu ao poder após ele parece ter cometido os mesmos tipos de delitos e pior, passando impune, violentando os trabalhadores e arrochando os descamisados. Trouxeram também um quê de fascismo, obscureceram as perspectivas, deixamos novamente de comprar casa, de cursar faculdade e sequer emprego se tem. Luís tem sua parcela de culpa nisso também, fato.
   Porém, com a aproximação das eleições e a falta de novas possibilidades (a esquerda se mostra inábil a produzir figuras capazes de arrebatar as esperanças e a direita apela ao extremismo “boçalnariano”) começo a vislumbrar Serginho Malandro pedindo aos eleitores que gritem, pulem, se joguem no chão e etc. E que no fim das contas, entre os monstros escondidos atrás de cada porta, Lula acabe se parecendo com o Gorila e que entre as bizarrices que podem saltar a nossa frente se torne o menos assustador.
O fato é que atras dessas portas, não há premio escondido!

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