sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cantada Mal Dada


     Algumas questões veem martelando minha cachola nesses tempos de eleição, pois acompanhando o nível da propaganda eleitoral, me deparo com o seguinte dilema: Ou acreditam que sou ingênuo demais, ou estão desfilando confiança que as investidas baratas e vulgares que andam desferindo irá fazer algum efeito.
    Venho me sentindo como se levasse uma cantada mal dada, do mesmo estilo daquelas que se faz frente a canteiros de obras e botecos de esquina. São propostas ridículas, jingles intermináveis que duram mais que a fala do candidato, alianças entre “inimigos”, piadinhas sem graça alguma, caricaturas, personagens e etc. Tudo de muito mau gosto.
     E aí retomo a analogia, sabemos que a função das cantadas vulgares é muito mais para causar certo deleite unilateral, do que efetivamente para conquista do outro. Porém, na política o que ganha um candidato com uma cantada ruim?
     Para mim, as más cantadas tem efeito devastador, subestima a capacidade intelectual, banaliza e generaliza a categoria, impossibilita a argumentação, constrange e até envergonha. É a demonstração maior da falta de respeito. Pois da mesma forma que imagino ser desagradável a qualquer um escutar algo do tipo: “Cadê o papel que embrulhava esse bombom” não me apraze ouvir coisas como: “pior que tá não fica”...

P.H. de Jesus Santos


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quadrilha Moderna

João amava Teresa e sua prima...
Que amava Raimundo...
Que amava Mario...
Que amava Carla e saía com Joaquim...
Que amava Lili...
Que amava somente a Internet.

João ficou “doce” comprou um carro novo,
Teresa foi pra balada,
Mario matou Joaquim,
Carla fez cirurgia e deixou a costeleta,
 E Lili comprou um novo jogo, que simula a vida real.

P.H. de Jesus Santos

Voa Rouxinol


     Contaram-me ontem, que em um desses programas matinais que falam de tudo um pouco nas redes televisivas da vida, que entre as mais novas tendências da beleza, surgiu um novo tratamento revolucionário, que promete amenizar as marcas de expressão e melhorar a aparência daquele que se utilizar desta técnica. Trata-se da aplicação de FEZES DE ROUXINOL na pele.
     Sinceramente não me aprofundei muito no assunto, nem me interessei em pesquisar, portanto, não sei dizer o como isso se dá, se é feito in natura ou misturado em qualquer outra substância. Seja lá como for é uma ideia um tanto intrigante.
     Nesse cenário tão estranho que se configura ultimamente, não me seria surpresa que qualquer dia encontremos uma expedição de “dondocas” mata adentro em busca da nova fonte da juventude, ou então, que o pobre pássaro se torne o novo queridinho das gaiolas, para que pessoas garantam sua “fabrica” própria de renew. Sei lá.
     Seja lá como for, prefiro aceitar minhas marcas de expressão e também não confio em velhinhas que conversam com papagaios na TV as oito da manha. E garanto a vocês, que se algum dia ver um pobre rouxinol enclausurado, para a exploração de suas fezes, vou fazer o máximo para libertá-lo....voa voa rouxinol. 

P.H. de Jesus Santos


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Promoção de morrer!

Esses dias, enquanto digitava uma ruma de documentos, acabei escutando “meio que despretensiosamente” a conversa de alguns companheiros de trabalho com um desses vendedores que visitam periodicamente as repartições públicas, em busca, é claro, de ofertar seus produtos. Mas, algo que me chamou muita atenção dessa vez foi o artigo da venda: Planos funerários.
O vendedor em questão usava de diversos argumentos, que qualquer ouvido desatento acharia maravilhoso, benefícios e bônus pra encher os olhos e gelar o estomago. Cito alguns exemplos: Cobertura parcial para morte de pais, filhos e cônjuges; apólice para morte acidental ou repentina; cobertura total das despesas funerárias do portador; abono por invalidez e até um seguro chaveiro... Seria pra garantir a abertura das portas do céu?
 A investida do “comensal da morte” seguiu por alguns minutos e percebi que alguns dos meus pares se renderam aos benefícios da morte feliz, outros por sua vez já haviam assegurado seu descanso em paz anteriormente, com outra empresa.
Aos poucos fui vagueando e me perguntando: - Em que momento nos perdemos no labirinto de acreditarmos que a vida deve ser um grande mapa, onde nós haveremos  de indicar todos os fatos e, aquilo que não for evitável, nos calçarmos, para que as arestas de nossa existência, não arranhem o nosso entorno?
Que triste viver em um tempo em que o filho, ou o esposo, ou pai, tem garantido a segurança da sua morte, de sua mãe, esposa e até filhos.
Criamos a expectativa de poder resolver todos os problemas, superproteções egocêntricas que nos dá uma personalidade estranha e até cruel, pois ao tempo em que acreditamos preparar fisicamente toda uma situação prática, nos esquecemos do plano espiritual, o imponderável!
Até onde podemos medir a dor de uma perda? Mesmo que a nossa? Sem querer ser piegas, mas, acho que a melhor segurança que podemos dar aqueles que nos cercam é fazer “planos de vida”, de felicidades e bem estar, tentar ensinar e deixar legados na alma. A partida, que sabemos ser inevitável, se encontra na casa do mistério e é bom que lá fique até o seu momento.
Meus pensamentos foram interrompidos pela voz grave do revendedor, que me fitava com cara de comerciante de doces: - E aí, vamos fazer?

P.H. de Jesus Santos


Por que resisti?


Já faz um tempo que tentava me convencer a abrir este espaço. Assim mesmo, para expor minhas ideias e falar um pouco das coisas que penso saber. Alguns amigos elogiosos disseram que caberia e que seria legal. 

Mas, amigos são sempre suspeitos, e na duvida de que quisessem alimentar minha autoestima acabei postergando.

Coloquei um monte de empecilhos para entravar essa criação, como: Falta de tempo; falta de texto; tcc; outras coisas a fazer; etc.

Resisti sim, me deu medo de parecer que estava seguindo uma onda, ou plagiando, sei lá, copiando os 
ótimos e verdadeiros escritores que conheço. Some-se a isto minha inabilidade com coisas novas e principalmente a teimosia exacerbada que herdei da parte portuguesa da família.

Em fim, caíram as barreiras e cá estou. Espero que gostem e entendam (as vezes sou meio confuso) o que postarei de hoje em diante. Transfiro minha resistência (leia-se teimosia) para outras coisas. Desde já, obrigado a todos que me incentivaram e agora façam-me o favor: Acompanhem!


P.H. de Jesus Santos