Algumas questões veem martelando minha cachola
nesses tempos de eleição, pois acompanhando o nível da propaganda eleitoral, me
deparo com o seguinte dilema: Ou acreditam que sou ingênuo demais, ou estão
desfilando confiança que as investidas baratas e vulgares que andam desferindo
irá fazer algum efeito.
Venho me sentindo como se levasse uma
cantada mal dada, do mesmo estilo daquelas que se faz frente a canteiros de
obras e botecos de esquina. São propostas ridículas, jingles intermináveis que
duram mais que a fala do candidato, alianças entre “inimigos”, piadinhas sem
graça alguma, caricaturas, personagens e etc. Tudo de muito mau gosto.
E aí retomo a analogia, sabemos que a função
das cantadas vulgares é muito mais para causar certo deleite unilateral, do que
efetivamente para conquista do outro. Porém, na política o que ganha um
candidato com uma cantada ruim?
Para mim, as más cantadas tem efeito
devastador, subestima a capacidade intelectual, banaliza e generaliza a
categoria, impossibilita a argumentação, constrange e até envergonha. É a
demonstração maior da falta de respeito. Pois da mesma forma que imagino ser desagradável
a qualquer um escutar algo do tipo: “Cadê o papel que embrulhava esse bombom” não
me apraze ouvir coisas como: “pior que tá não fica”...
P.H. de Jesus Santos