quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Correntes. Para que te quero?

Se existe algo chato, irritante e sombrio nas redes sociais e e-mails, são as velhas e famigeradas correntes. Desde que me conheço por gente tenho recordações das mais distintas formas de criar mensagens de repasse obrigatório.
Quando era criança, estas circulavam em cartas, que nem sempre eram postadas pelo serviço de correio. Tratava-se de mensagens que diziam conter poder de benção ou desgraça sobre a vida do leitor, sua sorte dependeria da escolha do receptor repassar a mensagem ou não. Argumento tolo, mas muito funcional em um país supersticioso.
O tempo passou e como quase todo o resto as correntes se modernizaram, foram para os e-mails ainda mantendo a ideia primitiva, mas, logo, foram perdendo a força. Precisaram assim ser repaginadas e isso ocorreu de várias formas, começaram a partir para o apelo emocional, depois o da autoajuda, o da informação, do socorro e até fotos e mensagens bonitinhas.
Mas um problema se manteve na história das correntes, sua origem quase sempre é inverídica ou desconhecida, tornando se um campo fértil para brincadeiras e charlatanices, além de ser um meio fácil de propagar uma ideia ou um conceito, por vezes questionáveis.
Em fim, me arrepio hoje quando vejo um mesmo post em vários perfis distintos, pois, ou muitas pessoas andam pensando igual, ou andam refletindo pouco sobre o que postam. Para mim, compartilhar algo é assinar embaixo do que se colocou, é se responsabilizar, se tornar coautor de uma verdade ou cúmplice de uma mentira.

Pai de Clarice

Um comentário:

  1. Me lembro das cédulas de cruzeiros e reais, onde devia escrever em mais tantas outras. O problema é que eu nunca tinha mais do que uma na vida... rsrs!

    Assino embaixo de recusar as correntes!

    ResponderExcluir