terça-feira, 16 de outubro de 2012

Por que viajamos?


É engraçado observar as estradas lotadas em vésperas de feriados alongados e férias escolares. Mesmo já conhecendo a rotina, outra vez, nos lançamos aos destinos turísticos de sempre. São apartamentos beira mar (ou não tão beira assim), casebres em sítios ou chácaras, casa de parentela no interior, etc. Tudo ao custo de enfrentar uma mesma sequência incômoda até alcançar nosso destino desejado: Dias de descanso em qualquer lugar.

Além do trafego veicular a viagem trás em si uma serie de dispêndios materiais e físicos, como: Taxas de pedágios, diárias de imóvel, comida alternativa, souvenir, atividades diferenciadas, cuidados extra com as crianças, entre outros. Isso ocorrendo tudo dentro dos conformes, caso contrário, pode-se incluir a lista uma troca de pneu, manutenção do carro, repelente, remédio...

Falando assim, parece mais que estou descrevendo um roteiro filme trash do que uma viagem de lazer. Pois é, para mim existe algo ilógico dentro dessa engrenagem que só pode ser explicado por motivos totalmente subjetivos, para essa insistência em ir. Pois cá entre nós, ficar seria muito mais fácil.

Acredito que essa persistencia se dá devido a nossa necessidade de termos furtada a realidade. Nesse caso, a viagem nos transmite a sensação de liberdade provisória. São dias que experimentamos a fantasia de não sermos. Talvez esteja aí a explicação para o trajeto ser uma parte tão dolorosa da viagem, pois na ida, estamos deixando no caminho pedaços que não queremos levar. Vai ficando o profissional, o estudante, o pagador de contas, etc. Chegamos cansados, mas leves. Já na volta, vamos nos recolhendo aos poucos na beira da estrada, como se quiséssemos voltar.


Pai de Clarice
 

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