terça-feira, 9 de outubro de 2012

Quero Ver!

É engraçado que quando surge um casal feliz e caso se tratem bem, logo as cornetas de plantão começam a soar. De um lado aparecem as habituais cobranças, do tipo: casa quando? Tá enrolando? Quando vem filho? E o irmãozinho? Etc. Do outro lado surge o comentário, esse pra mim muito mais ferino, que é aquele do típico “secador de plantão” que vou denominar como os “quero ver”.
Os “quero ver” acompanham a vida de qualquer casal que ouse se respeitar e demonstrar afeto publicamente. Eles começam lá no flerte, junto com as flores e as caixas de bombons. O olho atento dos “quero ver” logo se lança e sua língua envenenada profere sem medo de errar: “quero ver depois que começar a namorar”.
Caso o casal avance essa primeira fase mantendo a felicidade mutua e os agrados os “quero ver” não se abalam, justificam que namorar morando longe é fácil: “Quero ver se aturarem no mesmo teto”. E se posteriormente o casamento se consolide feliz, repetem ao passar dos tempos: “Quero ver daqui a 2, 5, 10, 15 anos”.
Os “quero ver” me fazem graça, pois percebo que se perderam no recalque e vivem da esperança de que o destino do seu entorno seja parecido ao deles. Vivem de decretar uma infelicidade futura e profetizar maus tempos, fazem isso automaticamente. Não sei se não tiveram sorte ou não fizeram por onde, mas bem que eles poderiam querer ver mais amor, alegria, paixão, sonho, rosas e beijos.

Pai de Clarice


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